sexta-feira, 21 de julho de 2017

Cirurgião nigeriano faz estágio profissional no HU-UFMA


Brasil foi escolhido pelo perfil epidemiológico semelhante dos pacientes cardiopatas

Visando o treinamento em serviço e a troca de experiências, o cirurgião cardiotorácico Ndubueze Ezemba, da Nigéria (África), passou os últimos três meses em estágio profissional no HU-UFMA. O médico africano escolheu o Brasil para a atualização na área devido a semelhança entre o perfil epidemiológico dos pacientes cardiopatas dos dois países. O estágio profissional foi supervisionado pelo professor doutor Vinicius da Silva Nina e contou com o apoio de toda a equipe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do HU-UFMA. 

Ezemba destacou a oportunidade do treinamento, uma vez que o seu país possui muitas restrições políticas, sociais e financeiras, o que compromete o desenvolvimento da assistência cardiovascular. “Esses dias que passei aqui foram essenciais para o desenvolvimento de algumas técnicas cirúrgicas, a exemplo, da nova forma de cuidado com a proteção cardíaca na cirurgia de válvula mitral e o aprendizado da cirurgia de válvula aórtica”, ressaltou.   

O cirurgião disse ainda ter ficado muito impressionado com a cobertura do sistema público de saúde no Brasil por ser bem mais abrangente que na África, onde o paciente precisa desembolsar, no mínimo, 15 mil reais para fazer uma cirurgia cardíaca de correção de comunicação de interatrial. “Levo de ensinamento, além de mais conhecimento técnico, uma cultura diferente em que a equipe discute estratégias de trabalho em conjunto. Embora não entendendo bem o português, observei bastante e pude verificar que as equipes trabalham com respeito, sem relacionamentos abusivos e atritos importantes, que os profissionais trabalham com paixão”, frisou.

Para a gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFMA, Rita Carvalhal, o estágio profissional “é muito importante para o compartilhamento de informação, de técnicas e de experiências, gerando assim mais conhecimento”. A superintendente do HU-UFMA, Joyce Lages, declarou estar feliz com as impressões relatadas pelo cirurgião. “Às vezes, é necessário vir alguém de fora do nosso país para nos abrir os olhos e nos mostrar que não estamos tão longe assim como imaginamos. E que apesar de todas as dificuldades conseguimos oferecer à população uma assistência de qualidade”.

Ndubueze Ezemba é professor sênior do Departamento de Cirurgia da University of Nigeria Nsukka e ex-reitor associado da Faculty of Medical Sciences of the University of Nigeria.

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