quarta-feira, 27 de julho de 2016

Crises econômica e política derrubam crédito do BNDES

No primeiro semestre, os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para repasse de financiamentos foram de R$ 40,1 bilhões, queda de 42% em comparação com os primeiros seis meses de 2015; "As consultas e as aprovações (dos financiamentos) passam por uma fase de acomodação, sugerindo possível recuperação no nível de atividade da economia", informou o banco, cuja presidência passou de Luciano Coutinho, durante o governo Dilma, para Maria Silvia Bastos, no governo interino; a maior parte dos recursos foi para projetos do setor de infraestrutura, 32,3% do total desembolsado; em seguida, indústria, comércio e serviços e por fim agropecuária.  
247 – As crises econômica e política enfrentadas pelo Brasil derrubaram o volume de crédito liberado para financiamento para vários setores pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira 27 pela instituição, no primeiro semestre os desembolsos foram de R$ 40,1 bilhões, queda de 42% em comparação com o mesmo período de 2015.
"As consultas e as aprovações (dos financiamentos) passam por uma fase de acomodação, sugerindo possível recuperação no nível de atividade da economia", informou o banco, presidido no governo interino por Maria Silvia Bastos. A maior parte dos recursos foi para projetos do setor de infraestrutura, 32,3% do total desembolsado; em seguida, indústria, comércio e serviços e por fim agropecuária.
Leia abaixo a íntegra do comunicado divulgado pelo banco:
Desembolsos do BNDES atingem R$ 40,1 bilhões entre janeiro e junho
Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acumularam R$ 40,1 bilhões no primeiro semestre deste ano. A maior parte dos recursos foi para projetos do setor de Infraestrutura, que receberam R$ 12,9 bilhões, ou 32,3% do total desembolsado. Em seguida, vieram os setores da Indústria, com R$ 11,8 bilhões (participação de 29,5%), Comércio e Serviços (R$ 8,7 bilhões) e Agropecuária (R$ 6,6 bilhões).
O valor desembolsado é 42% menor na comparação com igual período do ano passado. As consultas e as aprovações (etapas da análise de um financiamento no BNDES, antes dos desembolsos) passam por uma fase de acomodação, sugerindo possível recuperação no nível de atividade da economia.
De janeiro a junho último, as consultas por novos financiamentos, no total de R$ 56,4 bilhões, tiveram recuo de um por cento na comparação com igual período de 2015, em termos nominais, indicando desaceleração no ritmo de queda. Já as aprovações, que vinham apresentando declínios sucessivos, reagiram e registraram aumento de um por cento no acumulado do primeiro semestre do ano, atingindo R$ 43,9 bilhões, também a preços correntes. As consultas e aprovações são estágios que apontam o comportamento futuro dos desembolsos do BNDES. Por isso, é importante observá-los.
A tendência desses indicadores se tornará mais nítida nos próximos meses, quando já estarão refletindo as novas políticas operacionais (POs) do BNDES, atualmente em fase de revisão. Conforme já sinalizado pela nova Diretoria do Banco — e a exemplo do que já foi anunciado para o setor de transmissão de energia elétrica —, as POs abrirão maior espaço para a complementação de financiamentos com mecanismos de mercado.
Indústria – A Indústria foi a maior responsável pela dinâmica do comportamento das consultas e das aprovações no primeiro semestre deste ano. No setor industrial, as consultas cresceram 35% no período, acumulando R$ 20 bilhões. O destaque foi material de transporte, com R$ 12,9 bilhões e alta de 92,4% na comparação semestral. Os segmentos de metalurgia e mecânica também tiveram resultados positivos.
Da mesma forma, as aprovações na Indústria tiveram expansão de 33%, alcançando R$ 16,8 bilhões no período. Também nas aprovações, a liderança coube a material de transporte, com R$ 8,9 bilhões em novos projetos, seguido por celulose e papel (R$ 2,5 bilhões).
Infraestrutura – Enquanto isso, as consultas no setor de Infraestrutura ainda registraram queda, de 22%, acumulando R$ 19,3 bilhões no primeiro semestre do ano. As aprovações, porém, inverteram sinais: tiveram aumento de um por cento, com R$ 13 bilhões em janeiro/junho último.
Os destaques neste caso foram as aprovações nos segmentos de construção e atividade auxiliar de transporte. Na construção, onde estão classificados alguns dos projetos de mobilidade urbana, as aprovações cresceram 512%, acumulando R$ 1 bilhão em janeiro/junho passado. Na atividade auxiliar de transporte, categoria que reúne projetos de concessão na área de logística, foram aprovados R$ 3,9 bilhões (alta de 98%).
Também as aprovações de novos projetos de energia elétrica, no total de R$ 4,2 bilhões (crescimento de 21%), deram importante contribuição ao setor de Infraestrutura nos primeiros seis meses deste ano.
A posição do BNDES de principal agente financiador dos investimentos no campo se refletiu ainda no desempenho das aprovações do setor da agropecuária. Estas atingiram R$ 7,5 bilhões em janeiro/junho passado, com crescimento de 3%.
MPMEs – No primeiro semestre do ano, os desembolsos do BNDES às micro, pequenas e médias empresas acumularam R$ 13,8 bilhões. Isso significa que as empresas de menor porte responderam por 34,4% dos desembolsos totais do Banco no período.
No período, foram realizadas cerca de 312 mil operações com MPMEs (96% do total de operações efetuadas pelo Banco). O Cartão BNDES — instrumento de crédito destinado especificamente às empresas de menor porte —, com liberações de R$ 3,3 bilhões, envolvendo 243 mil operações, contribuiu para o resultado.
Acesse aqui o boletim com o desempenho completo do BNDES no período.

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