terça-feira, 13 de novembro de 2012

Por Sayd Rodrigues Zaidan. Consultor do Programa Garantia Safra para o Maranhão MDA/SAF/PNUD





Em tempos de crise nos são reveladas importantes situações, atitudes e sujeitos que passam despercebidos no dia a dia, exaltando os ditos populares “o brasileiro só fecha a porta depois de roubado” ou “só damos valor as pessoas quando as perdemos”. Isso acontece porque vivemos numa sociedade extremamente hierarquizada, onde o trabalho de uns é valorizado em detrimento de outros.
O sertanista e escritor Guimarães Duque já em 1941 ressaltava: “É imprescindível que cada homem e cada mulher sinta que é átomo do mesmo corpo, célula que compartilha da sorte do mesmo organismo e que nenhum homem, por mais humilde que se julgue, tem o direito de negar a sua valiosa contribuição na obra ininterrupta do melhoramento nacional”.
Do ponto de vista da economia, setores privilegiadospodem negligenciar a real contribuição de categorias sociais, excluídas da nossa economia como a agricultura familiar. Mas a recente crise climática que afeta principalmente o pequeno agricultor, que ainda cultiva no modo secundário sem acesso a terra suficiente, e muito menos tecnologias de ponta; este agricultor que, aparentemente não contribui com a economia da cidade, passa a ser enxergado. 
Noticias como: os produtos da cesta básica estão mais caros são frequentes. O preço de alguns itens como o feijão, chegou a subir até 70% se comparado com anos de chuvas regulares, chegando a custar R$ 7,00 o quilo. No centro do furacão, cidades como Recife e Fortaleza tivera alta acumulada de 18,54%e 15,88%,  respectivamente.
Isso mostra a importância do trabalho do homem e da mulher do campo no roçado, eles contribuem para a manutenção do equilíbrio econômico de duas formas: na produção de alimentos básicos que estão diariamente na mesa dos brasileiros, e na prática do auto consumo que possibilita uma diminuição da procura garantindo a estabilização dos preços da cesta básica principalmente.
Mas, é necessária que estes produtores possam melhorar suas condições de trabalho, por isso a relevância de um conjunto de políticas públicas voltadas à categorias. São politicas que visam ampliar as condições estruturais e tecnólogas da atividade rural familiar e sua proteção diante dos eventos climáticos, aos quais são mais susceptíveis.
Nesse sentido o Garantia Safra, criado para atender famílias de baixa renda e que plantam em regime de sequeiro, assume uma relevância fundamental da manutenção da renda famíliar em épocas de crise porque funciona como um seguro, e matem o equilíbrio da economia local além de contribuir para um aumento da produção dos municípios, na medida em que, todos os agricultores beneficiados estão condicionados a cultivar arroz, feijão, mandioca e/ou milho respeitando o limite mínimo de 02 linhas de roça.
Em todo estado do Maranhão 28 municípios aderiram ao Garantia Safra em 2011/2012, destes 24 fizeram solicitação de vistoria de suas lavouras, com previsão de beneficiar 10.018 agricultores e uma entrada de recurso no valor de R$ 6.812.240 direto na economia do município.
Este valor será ultrapassado visto que a Presidenta Dilma anunciou e foi aprovado pelo Comitê Gestor do Programa um acréscimo de mais 02 parcelas de R$ 140 reais cada, para os agricultores que estão na folha de pagamento.
 Neste ano agrícola, 31 municípios solicitaram adesão totalizando 19.375 inscrições de agricultores, um aumento de aproximadamente10% em relação à safra passada. Isso significa que,mesmo no momento de incertezas os governos estão motivando os agricultores a produzirem,garantindo-lhes em caso de perdas uma renda mínima de 760 reais para garantir a alimentação da família.
No entanto o Garantia Safra ainda precisa avançar no Maranhão, temos 217 municipios e todos podem aderir, no Piaui até a Capital participa evetivamente do Programa totalizando 180 municipios aderidos e mais de 110 mil agricultores inscritos. Esperamos maior sensibilidade dos novos Gestores Municipais em relação a importancia do programa para as economias rurais e para a valorização dos trabalho do homem e da mulher do campo.











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